sexta-feira, 31 de maio de 2024

Quinta Maluca, da Elite Gay a Extrema-Esquerda Gay

 Nesta quinta feira sofrida de frio, resolvi que queria aproveitar e não estava querendo saber se era feriado ou se estava 13 graus em São Paulo, coloquei na cabeça que queria sair e aproveitar. Ninguém da minha familia queria isso e então eu resolvi ir sozinho com o R novamente.

Sei que não queria manter muito a amizade devido a acontecimentos anteriores ja descritos no Blog, mas já que eu não tinha ninguém para aproveitar e ele tinha acabado de chegar de Portugal, resolvi ir com ele. R é sempre uma companhia divertida e não foi diferente desta vez.

Primeiro fomos ao Si Senor, restaurante de comida mexicana, comer os deliciosos burritos e tomamos uma caipirinha e tequila.

si senor pinheiros

Depois, resolvemos ir a balada exclusiva Tetto Lounge na Rebouças, eu estava empolgado porque acreditava ser a melhor balada de SP, tão exclusiva a ponto de só funcionar as quintas-feiras. Mas devido não termos reservado nada e nem pesquisado direito, acabamos chegando justo no dia reservado a uma comemoração privada Gay, ou seja, não conseguimos entrar e se entrássemos, não iriamos ver mulher lá dentro.

wz hotel, tetto fica na cobertura

Então partimos para um outro lugar, a Tokyo Bar (rooftop do centro), fui conhecer o local, se divertimos bastante, dançamos muito, bebemos algumas garrafas de heineken e sol. 50% de toda balada eram gays se beijando e se abraçando. Incrivelmente só as 2hrs e 3hrs da madrugada o lugar foi ficando cada vez mais lotado, onde foi legal dançar com todas aquelas pessoas. O que gostei da Tokyo é que não tinha funk proibidão, mas sim mais pop e funks antigos. Aprendi a curtir a noite sem focar em chegar em mulheres, só ir para se divertir. Já o R não tinha esta liberdade de espírito, pois na cabeça dele, uma noite de sucesso só é uma noite com pelo ao menos beijar muitas mulheres, o que não é ruim, mas você precisa saber viver bem sem isso.

tokyo bar

5 da manhã, na porta da Tokyo já fechando, e eu me recusava a voltar para a casa, falei com R, por isso, 2 homens se aproximam e nós conversamos com eles, ironicamente os dois se chamavam Julio, um Julio tatuado até a cara, com face de galã dos anos 80 e camisa meio aberta, copia de Romulo Arantes, e o Julio gordinho, programador C#, com boina dos "Peaky Blinders". Ele parecia o Charles Henriquepédia do Panico no jeito que se comunicava. Era gentil e atencioso.

Julio Tatuado



Julio Peaky Blinder


O Júlio tatuado foi embora, o Júlio Peaky Blinders, ficou e nos indicou um lugar, a qual ele se referia como:

*Só os últimos dos moicanos
*Sobreviventes da Noitada
*Só gente desfuncional
*A Raspa do Tacho.

Este lugar era o tal 'Presidenta' na Rua Augusta. 
Eu e R aceitamos ir e fomos andando até lá pois Julio falou que era perto e quando chegamos lá ele pagou 3 heineken's de maneira gentil. Quando cheguei lá, o cenário éra de guerra mesmo. Pense nos filmes gore quando queriam retratar baladas underground satânicas, anarquistas, dark-gay-trashy, suja e mal iluminada. Esta é a Presidenta. Praticamente igual ao submundo gay de Al Pacino. Era raros ver pessoas bonitas, ali só eram misfits de 30-35 anos ou mais.

De cara uma mulher claramente com problemas mentais, mas linda, com uma camisa de linho ou seda. Poderia estar sobre grande efeito de Heroína, Crack ou Cocaína (algo claramente muito pesado), ela me interroga falando frases desconexas as quais tento interpretar de maneira fragmentada. Ela me mostra uma tatuagem de um bigode de Salvador Dalí. Dalí a diante percebo que ela gosta de ser maluca e não ser congruente. Fico também com um pouco de dó, pois ela diz abertamente que é dependente química. Ela diz o seu nome, "Jipirona". Eu acho engraçado e dou risada. 

Ensaio um diálogo com ela, mas depois vou embora e então ela começa Flertar/Interrogar/Pressionar R, acho que ela percebeu como ele é atraente aos olhos dela. R disse a mim, que ela tinha pedido para que eu deveria ficar com ela e estava "moscando demais", mas seria muito perigoso se envolver com uma pessoa assim. Pode ser que R tenha ficado com dó de mim e falado para acolchoar meu coração ou se ela queria mesmo.

Mais tarde, conversando com ela (tentando), ela pergunta se eu tenho um espelho e disse que não tenho lá de maneira despretensiosa, mas depois percebo que ela quis dizer que sou muito feio e "não se toco", devido minha confiança estar na milésima potência e estar alcoolizado, dou uma invertida de maneira gentil e flertativa que a desarma, mas depois fica furiosa e desiste. Com certeza, eu sou um com álcool no sangue e outra pessoa sem álcool, totalmente mais sensível e capaz de se magoar com facilidade.

Igual ao cenário do filme


R espertamente diz para irmos embora que ela poderia arrumar confusão devido a sua condição quimica, e então fomos a outra parte daquela pequena sala e depois nos encontramos com Julio, que sugeriu um lugar tao ruim ainda para continuar (os unicos abertos a 7am) que seria a "Vanuza", tambem na Rua Augusta, mas com no maximo 10 pessoas na sala. Então nos despedimos e voltamos para casa.

Foi um dia legal, muitas destas pessoas parecem tristes e desesperadas para serem aceitos, para serem abraçados, a maioria não são pessoas ruins, mas ficou claro que princípios ruins trazem frutos ruins e possuem consequências no médio e longo prazo. Eu me diverti, mas nunca mais volto a estes lugares.

 


presidenta

Presidenta

Presidenta




jipirona

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